Aula de judo, é uma constante ouvir o professor "E., estavas distraído", "E., não estavas com atenção"
Aula de hip hop, a professora diz "O E., brinca muito, está muitas vezes distraído..."
Aula de natação, ontem a professora veio falar comigo no final da aula "O E., hoje esteve quase a ficar de castigo, quando está o Tomás, eles portam-se muito mal..."
Eu não gostava nada que o meu filho fosse dos "maus" da turma. Mas, de facto, a estas aulas que eu assisto, eu vejo que ele está sempre na conversa, sempre na brincadeira, atenção que é coisa boa, não é com ele.
Por outro lado, a educadora dele, que no fundo é com quem ele passa mais tempo, transmite uma opinião totalmente diferente. Na semana passada, em reunião com ela:
"O E. é uma criança muito responsável. Em sala ele está muito atento, é participativo, aprende com facilidade (embora por vezes despache a coisa de qualquer maneira), não se inibe de perguntar quando não percebe. Vocês estão numa posição confortável para a entrada na primária."
Pergunto eu, mas ele não está sempre distraído e a conversar com o menino do lado? "Aqui não, quando lhe é pedido para ter atenção, ele está com atenção. Quando sai para o recreio transforma-se, aí a coisa muda de figura. Mas isso não é mau, muito pelo contrário, ele sabe qual o comportamento que deve ter nas diferentes situações.É um menino muito respeitador, tanto brinca com meninas (que o aceitam perfeitamente, porque ele é muito cavalheiro) como brinca com meninos. Se magoa alguém, não é intencional e pede de imediato desculpa. Em visitas de estudo estabelece de imediato ligação com os monitores. Aqui na escola a opinião é generalizada, ele é um menino muito doce, agora chama a Rosa de "rosinha", ela anda toda derretida com ele."
Devo preocupar-me? Na escola não há problema, eu não estou lá para ver, mas é essa a leitura. Nas outras atividades, eu vejo, com os meus próprios olhos, como ele nunca está atento. Estou baralhada, não sei se devemos tomar alguma atitude. O pai tão depressa diz "o meu filho é uma criança normal, pronto, não há nada a dizer", como, se chateia e diz "não pode ser, ele está sempre no mundo da lua, não toma atenção, não quer fazer as coisas bem! Temos que fazer alguma coisa"
O meu filho, é meigo, dócil e muito querido. É brincalhão e extrovertido. É lindo! Penso que precisamos trabalhar o seu brio e orgulho, trabalhar a sua persistência. Temos que lhe dar muito mimo e carinho e estar cá sempre na retaguarda a explicar-lhe as opções e a deixá-lo decidir. Ensiná-lo a pescar e não lhe dar simplesmente o peixe, esta é uma máxima que eu tento seguir...
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